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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Murmurar da Esposa

Vestido preto com detalhes que lembram sangue
Ela parou na sacada de seu castelo ante as colinas
E com os olhos repletos de lágrimas, utilizou de um breve aceno

Aceno que naquele instante representava uma dor inefável
Uma dor de quem perdia seu amor para um evento terrível deste mundo
De quem perdia seu amor para a guerra

Durante incontáveis noites de solidão nos aposentos gélidos de seu castelo
As paredes soturnas contemplaram o triste murmurar da esposa em confortante compreensão
Durante intermináveis anos, repletos de intermináveis dias de dor e esperança
Este antigo castelo que guarda memórias cujas lembranças são tão belas como as rosas que compõem seu tão bem cuidado jardim, presenciou...

Presenciou a esposa despertar imaginando o rústico portão ranger com a entrada de seu amado marido
E adormecer, sonhando ser acordada com seus carinhos e palavras que sustentavam sua vida com luz de proporções descomunais

Muitos anos se passaram e as noites tornavam-se cada vez mais tenebrosas
Seu desespero, falta de compreensão e necessidade de amor aumentavam gradativamente
A esposa não tinha controle de mais nada, as rosas em seu jardim dormiram para sempre em um estado de morte que neste dia taciturno compunha os arredores de seu castelo com uma atmosféra de terrível solidão
A esposa caminhou para fora do castelo, entre as árvores escuras e retorcidas da floresta, tropeçando em pequenos galhos e caindo desprovida de forças na neve
Com esperanças de encontrar seu amor perdido na floresta e em completo estado de alucinação, num sono que a enxia de sonhos que se misturavam com a realidade em alguns instantes

Os lobos uivaram ao ouvir o impacto de seu corpo petrificado na neve.
Com um coral que se misturava com o doce soprar do vento
Contemplaram uma luz erguendo-se na floresta, que seguiu até o horizonte, onde encontrava-se a alma de seu marido

E coberto de neve, seu corpo, assim como o de seu marido, deixou de existir com o passar dos anos, mas o amor insólito do casal, permaneceu em todos os lugares durante a eternidade, durante o infinito passar das eras.

Ewerton Henrique Marschalk
"The Sing Painter"

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Amor de Sangue (Méra Ficsão)

Estive Ausentado do blog por um Sérto periodo de tempo... Ocupado... Trabalho, Férias com Meu Amor, Re começo das aulas, entre outras coisas...

Nesse periodo eu li muito os livros da Anne Rice, e isso me inspirou, portanto qualquer semelhança não é mera coicidência.

Enfim, se um vampiro tivesse um amor não realizado em vida, este seria o final da história:

Quero beber o teu sangue.
Desejo teu sangue como jamais desejei de outro.
Quero sentir a pele macia do seu pescoço sob meu lábios,
quero parti-la com meus pequenos caninos
e sentir sua vida jorrar para dentro do meu corpo,
quente e saborosa como nenhuma outra.
Enquanto estava viva não pude te possuir
e nunca vou saber como seria o prazer com teu corpo,
mas agora terei com você o maior dos prazeres,
um prazer que nenhum mortal jamais poderá imaginar:
o prazer infinito do sangue...
Entro pela sua janela sem ser percebido
e te encontro lindamente adormecido,
um rosto incrivelmente angelical!
Tão tranquilo quanto o sono da morte é o seu sono.
Sua pele tem um cheiro inebriante, envolvente
e posso sentir o maravilhoso cheiro do seu sangue.
Ouço as batidas fracas do seu coração
e o sangue correndo pelas suas veias.
Poderia passar a eternidade te admirando, não fosse o desejo que arde cada vez mais forte...
Me deito junto a você, ah como é bom sentir o seu calor e sua pele macia...
Seus cabelos longos e macios...
Vejo seu pescoço tão delicado e não resisto,
ataco antes que possa perceber minha presença.
Sem qualquer resistência, seu corpo se entrega ao meu abraço.
Estou grudado em você, tão próximo quanto nunca pude estar.
Seu corpo está em transe, delirando de um prazer inimaginável.
Nos unimos como dois amantes, formamos um único ser perfeito,
os corações disparados, batendo no mesmo ritmo.
Agora sua vida é minha, e todos os seus pensamentos são meus.
Suas lembranças, suas paixões, sua dor, seus sentimentos me pertencem.
Sua mente não pode entender o que está acontecendo,
você apenas me ama, se sente finalmente completo, como jamais esteve,
não pode imaginar, nesse momento, sua vida sem mim.
Seu sangue me inunda, me aquece, me completa.
Te amo e amo o calor do seu sangue.
Nada mais importa, o tempo não existe e nada mais existe além de nós.
Sinto seu coração mais fraco, já não pode aguentar.
Sua vida é minha, sinto sua morte chegando lentamente...
Está acabado, finalmente solto seu corpo sem vida.
Seu sono de morte é tão belo quanto antes,
como se eu nunca o tivesse tocado,
mas seu corpo agora é frio.
Roubei seu calor, roubei sua vida.
Com um beijo me despeço.
Perdoe-me, mas não poderia ser de outro jeito.
Te amo.

Ewerton H. Marschalk as Reborned
"The Sing Painter"